luns, 31 de outubro de 2011

Como baleirar agora o corazón?


Soamente se pode dicir que non queremos seguir o futuro sen dar conta do pasado. Meu deus, hai pouquiño tempo eramos meniñas pequechas que non sabían nada. Agora. somos meniñas maiores que non sabemos nada. Que será de ti nosa lingua, que será de nós? Temos medo de non saber estar contigo, de non saber quererte. Temos medo de non saber loitar. Que será deste noso país? E desexamos beber toda a auga dos mares. Toda ela.
Doce e salgada é  a nosa esperanza. Pero iso é o que nos sobra, esperanza. Que seriamos nos sen esperanza? Cando se ten esperanza se non é con dezaseis anos? E morre toda a tristura dun día para outro. Porque temos a ledicia de utilizarte para expresar o que sentimos. Moitos non puideron.Sabémolo. Como tamén sabemos, como dixo Novoneyra, que a forza do noso amor non pode ser inútil.

 
 
 Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura
Minha ousadia, meu galope, minha rédia,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa
Em ti respiro, em ti eu provo
Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro
Cavalo à solta pela margem do teu corpo
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha laranja amarga e doce
Minha espada, meu poema feito de dois gumes
Tudo ou nada
Por ti renego, por ti aceito
Este corcel que não sussego
À desfilada no meu peito
Por isso digo canção castigo
Amêndoa, travo, corpo, alma
Amante, amigo
Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo
Minha alegria, minha amargura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura

Ningún comentario:

Publicar un comentario